6.1.06

Leve

Chega de querer tomar a direção sempre. Quero deixar tudo acontecer sem que eu possa frear ao primeiro sinal de problema. Mas que ainda assim, possa pular do carro se quiser desistir. É mais emocionante assim.

Vou ficar só olhando a paisagem, tomando vento no rosto, ignorando os sinais vermelhos e desincronizados. Vou preferir o caminho ao destino final. Olhar para todos os lados sem precisar botar seta.

Resolvam vocês pra onde ir que eu não decido nada. Só sigo. Escuto o que escolherem, aceito o ar-condicionado no máximo, divido espaço com quantos for necessário no banco de trás. Mas não me faça pergunta difícil, não peça pra pensar. Eu vim aqui só pra olhar.
Se a festa estiver ruim, não me importo de voltar. Também não ligo de ficar.

Mande que eu faço. Serei obediente a qualquer ordem, sem sofrimento ou complexo de inferioridade. Sirva aquilo que achar melhor, sem perguntar se eu gosto ou não. Deixo no prato se não quiser. Pinte as paredes, mude a posição dos móveis, compre talheres novos, não me importa.

Imponha. Serei conivente muito antes de você pensar em levantar a voz. E não tenha medo. Porque aquela que você conhece, que cede pouco, provoca, xinga, cospe farpas quando é contrariada não mora mais nesse corpo. De agora em diante, quero ser carona. Pode me levar.

Um comentário:

Anônimo disse...

...deixa rolar, assim... de leve, que tudo flui, jorra e às vezes minga...normal.

Carol