6.1.07

Nós

Onde desato este fio de lembrança de você que vem toda vez que ouço a canção, sinto o cheiro, mordo qualquer pedaço de tantas coisas?
Ficamos nós, amarrados um ao outro, sem saber como desenrolar cada um dos poucos restos de nós mesmos que ainda estão embolados formando um novelo de cor indefinida.
Sobraram nós que nos atam embaixo do mesmo teto, do mesmo lençol, do mesmo guarda-chuva. Quanto tempo demora para soltar todos os fios que ficaram gastos pelo tempo, puídos pela dor e salgados por tanta lágrima? E que mesmo assim não se soltam, presos por linhas feitas de histórias que agora nem precisam fazer sentido. E melhor assim. Então me ajude aqui com mais esse nó, esse que ainda segura forte, aperta, machuca mas que a gente não quer soltar de jeito nenhum. Porque tantas vezes trançamos pernas, braços e bocas tão bem entrelaçados que não conseguimos entender porque nada mais se encaixa como antes.
Um de nós se soltou mais que o outro e agora vai até onde consegue chegar, mesmo sem querer, mas sabendo que precisa se desenrolar. Até achar o próximo nó.

6 comentários:

Elisa Quadros e Valeria Semeraro disse...

saber que o fim chegou já é difícil. admitir ainda mais. colocar um ponto final, ai.
amei, doicinho.

Anônimo disse...

Me amarrei!...rs.


Bjs

Anônimo disse...

Me amarrei!...rs.


Bjs






(eu apertei o enter antes de colocar o meu nome...rs. o trocadinho é meu mesmo.)

Anônimo disse...

bonito, sofrido e quase resignado, mas ainda assim querendo muito se soltar. Acredito que eu já tive dias melhores para ler algo assim.
Meus nós sempre acham um jeito de aparecer do nada, tempos depois. Malditos e bem atados nós.

Anônimo disse...

nós ''/

lindo texto =D

Unknown disse...

Não pude deixar de comentar, é muito bom esse texto! Ótimas, como sempre.