Após seis meses de namoro, Júlio tomou coragem para falar o que sabia desde o primeiro minuto em que a conheceu.
- Luana, você é a mulher da minha vida.
- Luana, você é a mulher da minha vida.
Então ele fechou os olhos e partiu para dar o beijo que selaria a maior declaração de amor que já havia feito a alguém. Em vez da boca de Luana, Júlio se pegou beijando o travesseiro. Ela havia virado o rosto. A testa, bem ali no meio das sobrancelhas, estava enrugada. Até bico ela fazia. Não era exatamente a reação que ele esperava depois de um momento tão profundo.
- O que foi? Fui precipitado?
- Não.
- O que foi então? Fala pra mim.
- Você me chamou de Luana.
- Ué. Mas é seu nome, olha lá na sua carteira de identidade.
- Eu sei, né, Júlio, eu sei que é meu nome. Mas pela entonação, eu sei que você trocou nossos nomes.
- Trocar seu nome com o de quem?
- Com a da sua ex, da Luana.
- Ah, Luana, só pode ser brincadeira... você tá com ciúmes?
- Ciúmes nada. Tô com muita raiva. O meu Luana você fala assim, prolongando o a, tipo Luaaana. E termina a palavra com um ene bem pronunciado, como se tivessem dois enes. Luaanna, entende? E agora você disse “Luanáá”, com ênfase o último a, uma coisa abaianada. Você falou pra outra Luana que eu sei!
- Mulher de Deus, você tá perdendo o juízo? Os nomes são iguais, não falo de um jeito diferente. Larga de ser paranóica.
- O quêêê? Paranóica? Eu sou é sensível, percebo sutilezas, Júlio. E graças a isso, que você chama de paranóia, eu sei que você cometeu um ato falho.
- Ato falho? Mas a gente nem tinha transado ainda, como eu ia falhar?
- Ai, Júlio, puta que pariu. Ato falho é aquela coisa psicológica, quando você deixa escapar um pensamento que mostra o que realmente quer. Não tem nada a ver com brochar não. Só pensa em sexo, putz.
- Ah, ufa.
- Ufa?! Seria melhor se você tivesse brochado. Agora fui eu quem brochou. Enquanto você não admitir que me chamou de Luanáá, não coloco nem mais uma cereja no umbigo.
- Hunnnnpf... Luana, você tá querendo brigar porque isso te deixa excitada?
- Que saco, Júlio! Tudo é sexo pra você, que inferno!
- Luana... estamos os dois pelados, besuntados de chantilly até onde o sol não bate. Você com um fio dental tão pequeno que nem alcançaria meu siso, e não quer que eu pense em sexo? Você quer que eu pense em quê?
- Quero só que admita seu erro.
- Não errei em nada.
- Tá. Se você não admitir eu nem vou fazer a outra surpresa. Uma coisinha boba que treinei pra mostrar pra você.
- É...? Uma coisinha?
- Era surpresa... esse negócio de pompoarismo, sabe?
- Pom-pom-pompoarismo?
- É... mas não posso mostrar se você não admitir.
- Você quer que eu minta pra você, é isso?
- Não é mentir. É admitir.
- Não... você quer me humilhar. Quer provar que minha vontade sexual é maior que minha dignidade.
- Ih, tá complicando demais.
- É um absurdo, um insulto! Que cara de pau. Sua feminista moderninha, tentando me manipular pra ouvir o que quer, usando sexo pra mostrar que manda em mim.
- ... talvez.
- Lutam tanto pra ter direitos iguais e no final agem como homens. Que mesquinharia, que golpe baixo.
- Pode ser.
- Você deveria ter vergonha desse joguinho pré-histórico, dessa submissão falsa.
- E aí? Vai pedir desculpa ou não?
- Desculpa.
- Não.
- O que foi então? Fala pra mim.
- Você me chamou de Luana.
- Ué. Mas é seu nome, olha lá na sua carteira de identidade.
- Eu sei, né, Júlio, eu sei que é meu nome. Mas pela entonação, eu sei que você trocou nossos nomes.
- Trocar seu nome com o de quem?
- Com a da sua ex, da Luana.
- Ah, Luana, só pode ser brincadeira... você tá com ciúmes?
- Ciúmes nada. Tô com muita raiva. O meu Luana você fala assim, prolongando o a, tipo Luaaana. E termina a palavra com um ene bem pronunciado, como se tivessem dois enes. Luaanna, entende? E agora você disse “Luanáá”, com ênfase o último a, uma coisa abaianada. Você falou pra outra Luana que eu sei!
- Mulher de Deus, você tá perdendo o juízo? Os nomes são iguais, não falo de um jeito diferente. Larga de ser paranóica.
- O quêêê? Paranóica? Eu sou é sensível, percebo sutilezas, Júlio. E graças a isso, que você chama de paranóia, eu sei que você cometeu um ato falho.
- Ato falho? Mas a gente nem tinha transado ainda, como eu ia falhar?
- Ai, Júlio, puta que pariu. Ato falho é aquela coisa psicológica, quando você deixa escapar um pensamento que mostra o que realmente quer. Não tem nada a ver com brochar não. Só pensa em sexo, putz.
- Ah, ufa.
- Ufa?! Seria melhor se você tivesse brochado. Agora fui eu quem brochou. Enquanto você não admitir que me chamou de Luanáá, não coloco nem mais uma cereja no umbigo.
- Hunnnnpf... Luana, você tá querendo brigar porque isso te deixa excitada?
- Que saco, Júlio! Tudo é sexo pra você, que inferno!
- Luana... estamos os dois pelados, besuntados de chantilly até onde o sol não bate. Você com um fio dental tão pequeno que nem alcançaria meu siso, e não quer que eu pense em sexo? Você quer que eu pense em quê?
- Quero só que admita seu erro.
- Não errei em nada.
- Tá. Se você não admitir eu nem vou fazer a outra surpresa. Uma coisinha boba que treinei pra mostrar pra você.
- É...? Uma coisinha?
- Era surpresa... esse negócio de pompoarismo, sabe?
- Pom-pom-pompoarismo?
- É... mas não posso mostrar se você não admitir.
- Você quer que eu minta pra você, é isso?
- Não é mentir. É admitir.
- Não... você quer me humilhar. Quer provar que minha vontade sexual é maior que minha dignidade.
- Ih, tá complicando demais.
- É um absurdo, um insulto! Que cara de pau. Sua feminista moderninha, tentando me manipular pra ouvir o que quer, usando sexo pra mostrar que manda em mim.
- ... talvez.
- Lutam tanto pra ter direitos iguais e no final agem como homens. Que mesquinharia, que golpe baixo.
- Pode ser.
- Você deveria ter vergonha desse joguinho pré-histórico, dessa submissão falsa.
- E aí? Vai pedir desculpa ou não?
- Desculpa.
ilustração: www.vidabesta.com
10 comentários:
minhas escritoras preferidas: Lygia Fagundes Telles, Simone de Beauvoir e Valeria Semeraro :)
bjo, docinho
docinho, fiquei muito envergonhada:)
mas vindo de vc também muito feliz, por mais exagerada que seja:)
essas moças complicadas de hoje em dia...hehehehe
beijo
hehehehe... muito bom! bjocas!
Kkkkkkkkkkk...
Como diz meu amado namorado, "vocês, mulheres, são umas artistas!"
Hehehehe
Bjo!!!
Gio
Cara,
dxa eu falar que,
fora os seus txtos, sempre bárbaros com o qual sempre me identifico total, as ilustrações tbm são tuuuddoo!!!
a-do-rei essa! sério, haha, mto perfeita!
Bezuntados de chantilly até onde o sol não bate foi demais, acho até que vou ali na padaria comprar uma torta de morango.
.
Yuppp..!!!
(eu, e meus comentários que nunca acrescentam nada...rs)
.
mulheres maldosas. até parece que precisam disso para provar que homem só quer saber de putaria.
:-)
mas ficou muito engraçado.
beijo
hehe, pobres eles...
adorei !
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